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AS ESCOLHAS CONJUGAIS

 

Tema polêmico, intrigante, atual recursivo, excitante e até aversivo.  Muitas são as emoções que envolvem o relacionamento entre casais e são várias as formas de falar sobre ele.

Inicialmente devemos entender casal, como uma dupla de pessoas que possuem algum tipo de acordo afetivo, seja explicito, oficial, ou aqueles mal resolvidos, em vias de ser, para ser mais clara estou falando dos que se curtem, sentem – se atraídos, mas que ainda não conseguem ou não podem se declarar.

Nós humanos temos códigos parecidos com o dos animais quando estamos gostando de alguém. Dizer gostar não é igual a amar, pois esse implica em conhecer, falo de atração, física e espiritual.

Os animais sentem -se atraídos pelo (a) parceiro (a) e imediatamente iniciam o namoro, se o outro retribuir, acontece a cópula, se houver um rival, brigam para ver quem é mais forte. É tudo muito explicito, natural.

Já na espécie humana, há complicações na hora de fazer as escolhas. Temos limitações éticas, religiosas, de preconceito, culturais e outras tantas. Buscamos, de forma geral, os iguais ou os totalmente diferentes de nós.  Aquele (a) que nos completa e oferece algo que não temos, que admiramos.  No entanto muitas escolhas conjugais falecem por imaturidade, ausência de autoconhecimento, ilusões.

 “Desejo” é o que sentimos inicialmente, seja pela voz de alguém, o cheiro, o jeito de andar, falar, sorrir. São os sentidos descobrindo o outro e transformando nossa atenção em radar dos detalhes que nos faz se apaixonar.

 Há muitas semelhanças no que se refere a “namoro” dentro do reino animal do qual, é bom lembrar, também fazemos parte.

 Mas existe a razão que nos deu o arbítrio e, portanto o poder de pensar, inventar, corrigir, confundir emoções, protelar declarações, atrapalhar os sentimentos, mas também de melhorar, fazer crescer, encantar os olhos e a alma.

Por quais razões os casais se escolhem? Quais os códigos que utilizam para demonstrar seus desejos? O que os faz continuar juntos e por quais motivos separam-se?

Muitas e diversas são as explicações e peculiar a cada um.

Alguns se escolhem por semelhanças, outros por total diferenciação de gostos e estilo de vida. É comum buscar aspectos similares aos identificados nos pais quando fazemos nossa escolha. Um companheiro responsável como o pai, ou uma namorada delicada e gentil como a mãe.  Mas há a busca pela total diferença dos aspectos que possam lembrar os pais. Especificidades que desejamos negar é a busca pela não repetição de padrões disfuncionais da família de origem.

Teorias e mais teorias. São muitas, legítimas e interessantes, mas na verdade o que conta mesmo é o prazer que o escolhido (a) nos proporciona. Tanto no que diz respeito a atração física, espiritual, admiração, confiança, semelhança ou diferença. Novamente são os sentidos que trabalham primeiro.

Quem nunca sentiu um frio na espinha ao conhecer alguém? 

Apenas o som da voz já é capaz de encantar mas passa despercebido a outros. Um perfume, um jeito de ser; é tudo notado e processado para ser ou não atraente.

Após essa fase, vem a percepção, o conhecimento, a busca por encontrar um cúmplice para a vida, ou apenas para parte dela.

Começam as seleções que consideram: status social, religião, faixa etária. Semelhanças que nos legitimam e diferenças que equilibram ou se desestruturam com o tempo de convivência.  São as crises.

Crise financeira, de idade, de relacionamento, sexual, pessoal de cada um, crises de paternidade. Tensões que nos fazem mudar, buscar, aprimorar ou estagnar.

Muitos perguntam os motivos de uma separação, e as respostas estão exatamente naquilo que os uniu: no desejo e na sua modificação. Não somente o desejo pelo outro, mas pela vida, por novas experiências e por si mesmo.

Não só de casais vivem os relacionamentos... Conhecemos os triângulos, formação perigosa e conflitiva por si só, pelo menos no ocidente. Essa formação pode ser transitória ou durar uma vida.

Outro fator que interfere na relação do casal é o tempo, e as tarefas evolutivas inerentes a cada fase.

Casal com filhos pequenos, sem filhos, com adolescentes, com filhos adultos jovens, e o casal idoso. Cada fase gera uma crise que carece ser administrada, e pode levar a união dos dois, ou a separação.

Situações como a doença grave na família, dificuldades financeiras, interferência das famílias de origem, também afetam os acordos firmados pelo casal. Esse é um ponto muito importante na saúde da relação, pois quando o casal não renova os acordos de convivência, não consegue lidar com o novo. É comum ouvir pessoas dizendo não reconhecer mais o outro com quem se casou. Fato normal, pois todos nós mudamos; crescemos ou pioramos.

O grande desafio da longevidade das relações está em aceitar o novo com sabedoria, sem perder o encanto do começo. 

 

Elisa Moreno Joaquim.  

Psicóloga - Terapeuta Individual, Casais e Famílias.

Rua 7 de setembro, 189 - centro -Fone: (14) 38151388

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